Urias está de volta — e mais poderosa do que nunca. Seu novo álbum, “Carranca”, chega como uma obra conceitual e profundamente simbólica, celebrando a força, a ancestralidade e a liberdade do povo preto. Inspirado na figura mística das carrancas — esculturas tradicionais usadas para espantar maus espíritos —, o disco propõe uma travessia espiritual e política através da música.
Com 14 faixas (incluindo três interlúdios narrados por Marcinha do Corintho), “Carranca” costura temas como resistência, religiosidade e identidade negra, partindo de uma liberdade ilusória e culminando no reencontro com a origem — a simbólica “volta à Etiópia”.
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A capa, assinada pelo artista plástico Isaac de Souza Sales, reflete o afro-surrealismo que permeia todo o projeto. A direção criativa é de Ode, e os visuais trazem referências a Josephine Baker, Sarah Baartman e divindades africanas como Oxalá, Iemanjá e Iansã.
Entre os destaques, participações de Criolo (“Deus”), Giovani Cidreira (“Herança”), Major RD (“Voz do Brasil”) e Don L (“Paciência”) reforçam o peso e a diversidade sonora do álbum.
Mais do que um lançamento musical, “Carranca” é uma afirmação de identidade — um manifesto artístico que conecta o sagrado, o terreno e o ancestral.